Entrevista: Renato Lamas

A WTV Brasil inicia uma série de entrevistas com jogadores, técnicos e personalidades do basquete brasileiro. O objetivo é conhecer um pouco mais sobre a carreira e as opiniões de quem faz o esporte acontecer em nosso país.

O primeiro entrevistado é o experiente ala Renato Lamas. Após disputar o último NBB pela equipe do Icatu/Minas, o jogador estará de casa nova na próxima temporada. Porém, nem tão nova assim. O atleta acertou seu retorno para o Winner/Kabum/Limeira, equipe em que atuou na primeira edição do NBB e onde se sagrou campeão paulista na temporada 2008/2009.

Divulgação/NBB
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Em entrevista exclusiva à WTV Brasil, o ala de 35 anos falou, entre outros assuntos, sobre o seu retorno à Limeira e sobre as lembranças de Ribeirão Preto, onde viveu a melhor fase de sua carreira defendendo a equipe do COC durante boa parte dos anos 2000.

Confira a entrevista completa:

WTV: Qual o balanço que você faz da temporada do Minas e o que você acha que faltou para a equipe nos mata-matas contra São José?

Renato Lamas: Foi uma temporada onde o Minas teve muitos altos e baixos, não houve uma regularidade. Era uma equipe muito jovem e formada por dez jogadores que estavam juntos pela primeira vez. Então, houve essa imensa dificuldade. Quanto a série contra São José, foi muito equilibrada, mas um erro de arbitragem nos custou a vantagem de decidir em casa.

WTV: Quais os motivos que o levaram a optar pela volta à Limeira na próxima temporada? Qual avaliação você faz das contratações da equipe?

RL: Estou muito feliz com esse retorno, gosto da cidade e principalmente das pessoas com quem estarei junto. Alguns até são amigos de longa data. Acho que ficamos muito competitivos, agora é buscar o fortalecimento como equipe, porque é isso que nos fará forte.

WTV: Qual a sua avaliação da atual situação do basquete brasileiro? Ao longo da sua carreira, o que você acha que vem melhorando e o que falta para o Brasil chegar ao nível de outros países?

RL: Acho que estamos em crescente evolução, tanto na Liga Nacional de Basquete como na Seleção Brasileira, além do crescimento no retorno de mídia e nas melhorias das categorias de base. Acho que ainda falta um centro de treinamento como o do vôlei. A partir disso, acredito que daremos um enorme passo, ficando próximo de outros países onde o basquete é mais desenvolvido. Prova disso foi nossa participação na última Olimpíada, onde não devemos nada para ninguém. Isso sem falar que nossos jogadores estão nos melhores times do mundo.

WTV: Você fez parte daquele grande time do COC/Ribeirão Preto, que dominou o basquete paulista durante boa parte dos anos 2000. Qual era o segredo daquela equipe vencedora e quais suas recordações sobre aquela época?

RL: Era uma equipe com jovens jogadores que se completavam tecnicamente e mentalmente. Tínhamos um carinho enorme um pelo outro e com a comissão técnica. Éramos muito envolvidos com a instituição e com a cidade, prova disso é que ficamos lá por muitos anos. Foram muitos fatores para aquele sucesso todo, que dura até hoje com a equipe de Brasília. Confesso que para relatar tudo seria necessário muitas horas escrevendo. As recordações são inevitavelmente maravilhosas.

Divulgação/NBB
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WTV: Das equipes que você atuou, qual a que te marcou mais e onde você teve melhor estrutura para trabalhar?

RL: A que me marcou mais foi Ribeirão Preto, afinal foram nove anos. Cheguei menino e saí um campeão. A estrutura também era de primeira, graças ao Edvar Simões (técnico e dirigente). Treinávamos em um Centro de treinamento com tudo o que você imaginar, além de transporte e alimentação de alta qualidade.

WTV: Conta-se que na época em que você atuava pelo Paulistano houve um episódio em 2006 durante uma série de playoffs, em Assis, onde soltaram um rojão dentro do hotel em que a equipe estava hospedada. Como foi essa história?

RL: Esse episódio foi uma comédia (Risos). Ficamos apavorados. O Neto (atual treinador do Flamengo), técnico na época, ficou maluco com o gerente do hotel. Para resumir, tinha sido o pivô Janjão (do Paulistano) que tinha colocado embaixo da minha porta. Falando nele, Janjão era sensacional, um grande amigo. Acho que até hoje o Neto não sabe que foi ele (Risos).