A história do carnaval de São Paulo é rica em cultura, tradição e movimenta milhões na economia da cidade. Os desfiles das Escolas de Samba continuam encantar e crescer. Ocorrendo oficialmente desde 1968, o primeiro desfile foi realizado na Avenida São João, com adesão popular, a Prefeitura Municipal de São Paulo optou por dirigir sua organização, capitando investimentos de empresas privadas. No ano seguinte os desfiles foram transferido para a Avenida Tiradentes, onde eram construídas arquibancadas para público, um investimento mais baixo comparado com os dias atuais.
Em 1986 com a fundação da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (LIGA SP), fez surgir a divisão de dois grupos, o especial e o de acesso (assim sendo, primeira e segunda divisão das escolas). Após quatro anos da criação da LIGA SP, a Prefeita em exercício Luiza Erundina sancionou uma lei onde tornava responsabilidade da prefeitura a organização dos desfiles, por meio da Anhembi S/A, estabelecendo os moldes que ocorrem hoje, essa mesma lei desencadeou na mudança efetiva do endereço dos desfiles, construindo-se uma passarela de mais de 500 metros na Avenida Olavo Fontoura, que popularmente é conhecida como Sambódromo do Anhembi.
As Escolas de Samba utilizam-se de temas para fazer os seus desfiles/enredos, mas sempre buscando homenagear alguém importante da cultura popular brasileira, a valorização da história do Brasil e seu desenvolvimento, a cultura diversificada das várias regiões do país e realçando cada vez mais críticas sociais. Os desfiles de 2019, é marcado por ter reunidos mais temas relacionados a cultura negra, a crítica em relação à intolerância religiosa, a exaltação da África e seus heróis, o respeito e importância das mulheres e uma crítica feroz ao racismo e a escravidão, questionando se a liberdade realmente chegou para essas pessoas.
É importante destacar, o quanto as Escolas de Samba e suas comunidades trabalham e se esforçam o ano inteiro para entregar um desfile impecável, rico em arte, cultura e principalmente paixão pela escola. É emocionante estar no Anhembi e conseguir sentir as pessoas torcendo, o quanto é importante para elas estarem ali para ver o resultado desse ardo trabalho e sempre respeitando as outras torcidas.
Os desfiles de 2019, também trouxe surpresa para a Mancha Verde que ganhou pela primeira vez o carnaval de São Paulo, homenageando a Aqualtune, avó de Zumbi dos Palmares, falou sobre a luta pelos direitos dos negros, mulheres e uma crítica contra a intolerância religiosa, seguindo o ranking: Dragões da Real, Rosas de Ouro, Unidos do Vila Maria e participarão dos desfiles das campeãs em São Paulo nessa sexta-feira, 08 de março.
A Vai-Vai uma das escolas mais tradicionais e maior vencedora, com 15 títulos, caiu para o grupo de acesso junto com Acadêmicos do Tucuruvi. Por outro lado, Pérola Negra retorna ao grupo especial com a Barroca Zona Sul que entra no grupo principal pela primeira vez. No Rio de Janeiro a grande campeã foi a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira recontando a história do Brasil, mostrando os heróis negros e índios que foram esquecidos e contando a história que não está nos livros. Um dos pontos mais emocionantes do desfile foi a homenagem a Marielle Franco vereadora assassinada em março do ano passado.
O carnaval vai além de uma simples, é um evento grandioso que movimenta economia, cultura, arte e a população de São Paulo. É importante respeitar e reforçar todos os atributos bons. Seja aqui em São Paulo ou nos diversos modos que são comemorados nas outras regiões do país, é impossível não repetir que o carnaval é cultura brasileira.
