Por Bruno Faria
Em 24 anos de vida, nunca pensei ter que escrever um texto assim. Achei que esse momento não chegaria, mas infelizmente ele chegou. O São Paulo Futebol Clube é um dos maiores favoritos ao descenso no Campeonato Brasileiro de 2013. Vocês, torcedores de outras agremiações, podem até achar que estou sendo prepotente, mas nós tricolores nunca soubemos como é o gosto de ter um time que não progride nem mesmo com a troca de comando.
Então quer dizer que é isso que se sente diante de um time que, mais do que não corresponder às nossas expectativas, ainda nos deixa envergonhados e com vontade de cuspir no chão e sair nadando? Amigos, agora eu sei o que é isso. Não vou me usar da soberba que dominou os corredores do Morumbi nos últimos anos para dizer que sou acostumado a ver meu time ganhando títulos, mas estou acostumado com crises por um 7° ou um 8° lugar no campeonato. Nunca antes na história desse clube tivemos tão poucas esperanças. E não é para menos. Nosso presidente está transformando o clube em um baralho de cartas marcadas. Tudo tocando conforme sua música e combinando com seu bourbon com uma ou duas pedrinhas de gelo.
Como culpar um elenco que foi reformulado diversas vezes nos últimos anos e que conta com jogadores renomados? Como culpar um treinador, sendo que desde 2009 tivemos pelo menos sete deles e cada um com diferentes filosofias de jogo? Como culpar o departamento médico, sendo que Turíbio, Rosan e tantos outros que ajudaram a erguer o REFFIS já não trabalham mais no clube após evidentes rotas de colisão com a diretoria?
Até semana passada eu só conseguia culpar a diretoria pelo atual momento do São Paulo, mas depois de saber que a maior torcida organizada do clube protegeu o Presidente e atacou seu principal opositor, percebi que o time está refém de um ditador, que tem o controle da massa, levando em consideração que os públicos pagantes do Morumbi não costumam passar de 15 mil, pois temos uma torcida que historicamente só vai ao estádio “na boa”. Aí eu assisto um vídeo do presidente num churrasco, onde houve uma manifestação contra seu “reinado”. Quando começo a me empolgar para as eleições de abril, surge um coro de “É JUVENAL”. Isso foi o suficiente para me desanimar de futebol por pelo menos um ano.
Sou são paulino do tempo em que torcedores de outros estados respeitavam meu time. Hoje, o presidente conseguiu brigar com a nação inteira. Não há quem simpatize com o São Paulo, além dos próprios tricolores. Situação complicada em que a soberba nos colocou. Até perdemos a Copa e a jogamos no colo do Corinthians. Na minha opinião, essa foi a maior e definitiva derrota para o rival, independente de como eles estejam construindo o Itaquerão.
Esse foi o primeiro de muitos desabafos contra o São Paulo aqui no Esquema. Nas próximas rodadas, isso deve se repetir várias e várias vezes.
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