O mundo difícil das mulheres do esporte

Por Felipe Bandeira

Se você não viu ainda, ache quando vai passar e veja-o nas ESPN, o documentário Branded. Acredite, você verá que a realidade é dura.

Branded faz parte de uma série de nove documentários Nine for IX, em comemoração aos quarenta anos da Title IX, um item da lei americana que garantiu direitos às mulheres ao apoio esportivo nas instituições de ensino. Todos os documentários foram, é claro, dirigidos por mulheres. Mas vamos ao Branded.

Lingerie-Football-League-144-300x200

Branded trata principalmente da dificuldade da mulher no esporte americano (poderia ser estendido mundialmente, mas o documentário é de lá) se estabelecer, se sustentar e principalmente conseguir ele, sim, ele mesmo, o patrocínio, o terror do atletas e blogs de esporte (anuncie já no Esquema, não perca tempo!).

O filme tem entrevistas com a CEO da WNBA, que teve médias de público próximos a 400 pessoas, enquanto a NBA teve médias de 16 mil espectadores nos seus Playoffs. Ao ser questionado o porque há o paralelo com a bem-sucedida e bizarra Lingerie Football League. Sim amigos, existe uma liga feminina de Futebol Americano, no qual mulheres de lingerie vão para o tackle. Hoje o torneio mudou de nome se chama Legends Football League, tem crescido a cada ano e tem inclusive transmissões no Brasil pelo Bandsports no ano passado (não tenho a informação se nesse ano vai ser transmitido).

wnba-259x300A grande diferença entre as ligas de basquete e de futebol americano é a forma de como elas se vestem. As atletas da WNBA se vestem com uniformes típicos do basquete, roupas largas. No que fica claro o problema: o consumidor de esportes dos EUA é essencialmente, homem, branco e, sim, machista, ele não valoriza somente o esforço individual da esportista, como também a aparência. No caso da Lingerie/legends Football League, só a aparência, já que o pouco que eu vi da liga, são jogos muito ruins.

Além disso, o filme trata do meio-termo do negócio. As atletas que além de competentíssimas usam sua beleza para atrair patrocínios, como por exemplo Lori “Lolo” Jones, a moça aí da primeira foto. Jones era, antes dos jogos de Londres, a melhor atletas dos 110m com barreiras e não tinha patrocínios. Com ampla divulgação em seu Twitter ela conseguiu patrocínos do McDonalds, por exemplo e pode ir. Não conseguiu a medalha e foi criticada por seu desempenho.

Outros casos foram citados, como o de Danica Patrick, que tem trocentos ensaios sensuais, que garantem mídia para seus patrocinadores e um lugar nas principais categorias no automobilismo americano e das tenistas-celebridades. Tudo com um questionamento sobre como a beleza dos atletas  homens não é nem sequer levada em conta na maioria das vezes e a forma como as atletas mulheres se comportam pode ser a diferença entre um patrocínio grande e apenas bolsas de estudo.

Isso nos EUA, potência olímpica. Aqui no Brasil tem briga de foice pelo dinheiro que sobra (o futebol masculino leva tudo), só imaginem.

www.esquemadejogo.com.br

facebook.com/EsquemadeJogo

@esquemadejogo