E agora?

O show está chegando ao fim.

Tudo foi simbólico demais: no dia em que se comemorou o aniversário de 124 anos da Proclamação da República, o brasileiro foi dormir de alma lavada. No 15 de novembro de 2013, o Lanterna Verde brasuca e herói da direita tupiniquim, Joaquim Barbosa, expediu as ordens de prisão de metade dos condenados no julgamento da Ação Penal 470, o Mensalão.

E tudo esteve ao seu (porque eu não vi) alcance na telinha da Globo: no mesmo 15 de novembro, o Jornal Nacional transmitiu a apresentação de José Dirceu e José Genoíno ao vivo. Quem não viu no JN, pode ver mais tarde, no Jornal da Globo, as cenas da “rendição” (!) de ambos. Para delírio de um Brasil inteiro, Delúbio Soares, o “tesoureiro do PT, pelas mãos de quem passou todo o dinheiro desviado”, também e Marcos Valério se “entregaram” à Polícia Federal, assim como outros 7 condenados. O único que ainda não foi preso é Henrique Pizzolatto, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, que, “covardemente” fugiu para a Itália, onde tentará novo julgamento.

Então, começou o showzinho para despertar a revolta e, ao mesmo tempo, a sensação de que “a justiça está sendo feita”: enquanto Pizzolatto pode não ser extraditado para o Brasil, o avião que levou Dirceu e Genoíno a Brasília foi comprado para “combater a corrupção”. Mais uma pitada simbólica ao “maior escândalo de corrupção” que esse país já viu.

E assim, caminhamos para o desfecho do “maior escândalo de corrupção” da História brasileira (sim, a repetição é proposital). A justiça está sendo feita pelas mãos do “justiceiro” Joaquim Barbosa, o menino pobre do interior de Minas Gerais, que com toda a sua “sede de justiça”, foi, não por acaso, capa da Veja.

A justiça continuará sendo feita nos julgamentos do Mensalão mineiro, do PSDB, ou nas investigações do “suposto” cartel em que peixes grandes do mesmo PSDB, como Mario Covas, o falecido, José Serra, o moribundo, e Geraldo Alckmin, o “político exemplar”, estão envolvidos?

O que vai ser do Brasil depois do Mensalão?