Qual o problema desses caras?

Por Bruno Faria

Já passou do ponto de ser chato, questionar e discutir sobre brigas causadas por “torcedores” uniformizados no futebol brasileiro. Tanto é, que ontem, o Danilo não sabia sobre o que postar. Sugeri que falasse sobre a briga entre torcedores do Vasco e do Corinthians, em Brasília no último domingo. A resposta dele foi: “Torcida organizada não merece um post”. Parei pra pensar e dei razão para esse nóia companheiro.

Entretanto, a matéria do colega Raphael Ramos, do Estado de S. Paulo, me deixou mais do que indignado. O repórter publicou matéria identificando um dos arruaceiros como um dos “heróis nacionais” que ficaram meses em Oruro, suspeitos pela morte do garoto Kevin. A polícia boliviana encontrou nove sinalizadores similares ao que atingiu o garoto, dois dos torcedores tinham resquícios de pólvora nas mãos, e mesmo assim, foram tratados como heróis nacionais e mobilizaram governo e mídia em nome de sua causa. É o fim da picada.

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Ao comentar a notícia que me revoltou no Facebook, acabei entrando numa discussão que não era meu foco inicial. Dois amigos devem ter pensado que o que motivou minha publicação foi paixão clubística, ou que eu estava questionando a inocência ou não do sujeito no caso da Bolívia. Na verdade, o que eu pretendia era chamar a atenção para o sujeito em sí, o tal do Leandro Silva de Oliveira, ou melhor, o Soldado, pois assim ele é chamado pela sua facção criminosa, o que já nos diz muita coisa sobre suas reais intenções ao frequentar jogos de futebol.

Fato é que o “herói” que sobreviveu às condições sub-humanas na Bolívia eresistiu bravamente, parece não ter percebido que suas companhias não eram as melhores para um “herói nacional”, e foi flagrado na linha de frente da batalha em Brasília. Novamente ficam as perguntas: Como esse cara, que ficou cinco meses preso em outro país simplesmente consegue, menos de um mês depois de libertado, viajar à Brasília e pagar um ingresso que custa pelo menos cem cruzados reais? De onde organizadas tiram dinheiro? Quem financia isso?

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Conheço pessoas de bem, que se filiam à organizadas por gostar da festa que as mesmas fazem nos estádios, assim como conheço pessoas que gostavam disso e se desvincularam por perceber que o ambiente ali não era o ideal para sua vida. A verdade é que torcida organizada há muito tempo não é mais um grupo de pessoas que se une para compor canções, confeccionar bandeiras e mosaicos para incentivar seus clubes de coração. Talvez nós nunca possamos entender o que se passa na cabeça de um sujeito, como esse tal de “Soldado”, que ficou cinco meses sem poder ver sua família, e mesmo assim, liderou uma confusão generalizada em Brasília. Provavelmente ele nunca mais irá à Bolívia, mas no Brasil, ele deve se sentir protegido pela falta de rigor da nossa lei.

Me pergunto o que falta para podermos prender esses sujeitos? Emissoras de televisão e jornais já fizeram o trabalho de identificação dos meliantes. Mas quando são pegos, vão à delegacia, prestam depoimento, e são liberados poucas horas depois. Se eu, você, o Danilo, qualquer um menos o Estiva, que vive tomando enquadro em Santos, arrumar uma briga num restaurante, ou numa praça, seremos encaminhados a um Distrito Policial . Por qual motivo esses animais merecem tratamento diferente? No caso de Brasília, especificamente, havia bandidos uniformizados com roupas da Mancha Verde, que nada tinha a ver com a partida, o que evidencia a real intenção dessas pessoas.

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Até quando seremos obrigados a ler notícias assim? O pior é que às vésperas da Copa do Mundo, o poder público quer mascarar os problemas que temos, misturando os torcedores no estádio para mostrar ao Mundo que está tudo bem. Me desculpem os que pensam o contrário, mas estamos longe de ter educação suficiente para isso.

E o advogado da Gaviões da Fiel ainda vem a público dizer que o “Soldado” é inocente, tanto no caso da Bolívia quanto na briga de Brasília : O quê acham?

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