Exclusivo: Orlando Duarte fala à WTV Brasil e ao Esquema de Jogo sobre sua carreira

Por WTV Brasil/Esquema de Jogo

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Um dos grandes ícones da crônica esportiva brasileira: Orlando Duarte

A mídia esportiva do Brasil costuma dizer que somos o país do futebol. Ainda nos dias de hoje podemos ouvir a velha máxima, apesar de todos os problemas estruturais que o esporte bretão tem em nosso país. Ainda assim, tomando a frase como verdade, precisamos destacar alguns nomes de nossa crônica esportiva. Não há como pensar na velha guarda do jornalismo esportivo do Brasil sem lembrar de Orlando Duarte.

Em seu currículo consta a cobertura de oito Jogos Olímpicos e todas as Copas do Mundo de 1950 até 2006. Na entrevista, o mestre Orlando conta um pouco sobre suas experiências no mundo esportivo, entre outras coisas.

WTV/Esquema de Jogo: Qual foi a sensação de, em sua primeira cobertura de Copa do Mundo, acompanhar a ‘tragédia’ do Maracanazzo?

Orlando Duarte: Senti como todo brasileiro. Uma tristeza enorme, o time era bom e tudo levava a crer que nós ganharíamos, mas o Brasil perdeu na véspera e essa é a história do Brasil nesse momento de 50.

WTV/EJ: Pelé é o maior jogador de todos os tempos? Se sim, acha que ele pode vir a ser superado por alguém?

OD: Ele foi o maior avante do futebol mundial de todos os tempos, não foi goleiro, centro médio, mas no ataque será difícil aparecer alguém que o supere.

WTV/EJ: O que você acha sobre as comparações entre Pelé e Maradona?

OD: Não tem comparação. Maradona foi um grande jogador, Pelé foi melhor que ele, pronto.

WTV/EJ: Você acha que o futebol praticado atualmente é melhor ou pior do que há décadas passadas?

OD: Toda análise de passado e presente tem que ser considerado vários fatores. Hoje os gramados estão melhores, o preparo físico melhor, a parte técnica também se aprimorou. Não gosto de comparações porque sou saudosista no que foi bom. 

WTV/EJ: Quais os melhores jogadores que você viu jogar?

OD: Vi muitos, dá para encher um livro, mas vamos lá:  Todos da seleção de 58 na Suécia. Inclua-se aí alguns jogadores argentinos , holandeses, italianos, ingleses que também foram excepcionais, enumerar é sempre um perigo de se cometer injustiças.

WTV/EJ: Ao longo do seu trabalho como jornalista esportivo, qual foi o fato mais marcante que lhe vem à memória?

OD: Conquista da Copa do Mundo de 58, mas como eu não sou apenas comentarista de futebol, vivi grandes emoções em Jogos Olímpicos e vibrei com brasileiros como Adhemar F. Da Silva, Eder Jofre, João do Pulo, Oscar, Guga, Maria Esther Bueno, Senna e Fittipaldi.

WTV/EJ: O que você está achando da próxima Copa do Mundo ser realizada no Brasil? Você acha que será benéfico para o país?

OD: Primeiro é que nossos estádios estão sendo melhorados, os aeroportos  idem. Também teremos um outro comportamento do torcedor nos estádios. Sou inteiramente favorável em a Copa ser no Brasil.

WTV/EJ: Como está sendo a experiência de fazer a cobertura de um campeonato da Série C?

OD: Para mim não tem série,  tem o jogo. Para mim o jogo sempre me interessa. Ver o ser humano jogando sempre me interessou.

WTV/ EJ: Em sua opinião, como podemos construir um jornalismo esportivo de melhor qualidade no Brasil?

OD: Melhor qualidade é sempre discutível. Temos que ter melhores escolas, aproveitamento de bons profissionais, oportunidades e gente boa de verdade.

WTV/EJ: Existe algum objetivo que você não alcançou no jornalismo?

OD: Lamento muito no Brasil que as pessoas quando atingem certa idade, não recebam a devida atenção e respeito e reconhecimento pelo muito que representam.