Como é ruim não conseguir não gostar desse cara

Por Bruno Faria

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Aloísio dos Santos Gonçalves, mais conhecido como Boi Bandido. Atacante de 25 anos de idade. Natural de Araranguá, Santa Catarina. Por quê esse sujeito está destacado em um texto? Simples. Porque eu fico indignado por não conseguir não gostar dele. Aloísio é um desperdício, um pecado. Explico:

Um sujeito que entra num time como o São Paulo, perde gols decisivos, mete a mão na bola, anulando gols dos outros, apanha da bola diversas vezes durante as partidas, não pode ser aclamado por uma torcida. Mas o Aloísio é. Quando não é titular, é o primeiro reserva a entrar em campo, simplesmente porque a torcida o adora. Fui a alguns jogos no Morumbi esse mês. No último, contra a Ponte Preta, Muricy ameaçou chamá-lo do aquecimento, e ele já estava bufando no cangote do treinador, após jogar o colete pro alto.

Aí ele entra, briga, corre, se mata. É o tipo do jogador que marca, ataca, acompanha o lateral e chega dando de cabeça. Se possível, cobraria o escanteio e correria para cabecear. Isso leva a torcida ao delírio, independente da conclusão das jogadas.

Abaixa a cabeça e vai empurrando todo mundo!

Abaixa a cabeça e vai empurrando todo mundo!

Na Libertadores, eu ensaiei um ódio mortal ao Aloísio. Ele entrou no lugar do indisciplinado Luis Fabiano e perdeu gols inacreditáveis, que se marcados, dariam uma classificação mais tranquila e, possivelmente, uma sobrevida ao São Paulo na competição continental.

Aí veio a crise do Morumbi. O time não marcava gols, não marcava pontos, e os jogadores não mostravam vontade nenhuma de reverter a situação. Nesse momento, percebi o quanto precisamos de vibração no futebol. Mesmo o Barcelona, que é apontado como melhor time de todos os tempos, não pode depender apenas de técnica. Precisa de um doidão como o Mascherano, que vai ralar a bunda no chão se for preciso para evitar um gol.

Por quê eu não gosto de não conseguir não gostar dele (aposto que você se confundiu, né? Eu também)? Porque isso mostra o quanto os jogadores de hoje em dia são robotizados. Poucos demonstram algum incômodo com as derrotas. O Aloísio demonstra. É o cara que dá o sangue pelo clube que paga seu salário.

Eu não diria que ele é um péssimo jogador. Pelo contrário. Hoje posso ver a qualidade que não via no começo do ano, embora não seja a qualidade que considero necessária para jogar no meu time. Mas acho um pecado ele não ser um grande jogador, uma vez que diversos com mais qualidade técnica que ele (inclusive o Luis Fabiano, que eu ainda protejo), demonstram tamanha falta de vontade quando entram em campo.

Esse é o Boi Bandido

 

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