Escola sem Partido – Marcha à ré na educação – Por Renata Hummel

Escola sem Partido – Marcha à ré na educação – Por Renata Hummel

Tanto já se falou e escreveu sobre como a escola ficou “parada no tempo” em termos de objetivos, formas e conteúdos, que não acredito que possa acrescentar nada que não tenha sido dito antes. O dado novo é a tentativa atual de botar uma marcha à ré no já complicado sistema escolar, ou seja, retroceder. Estou aqui chamando de “retrocesso” as variadas tentativas de controlar a atuação dos professores em sala de aula, especialmente dos professores das chamadas “humanas” (História, Geografia, Filosofia, Sociologia, e, porque não, incluiria Arte), representadas em projetos de lei como “escola sem partido” (a serem votados nos Estados e na Federação), nos movimentos contra a discussão de gênero no currículo escolar dos planos municipais e estaduais de educação, nos projetos frequentes de desobrigatoriedade de ensino de Filosofia e Sociologia (que entram e saem de pauta desde 2008, quando foram recolocadas como obrigatórias no currículo), na reação virulenta aos materiais sobre gênero, orientação sexual e preconceito feitos pelo MEC no “Escola sem Homofobia”. E por que tais tentativas de retrocesso têm ganhado tanto fôlego? Porque houve uma enorme mudança no cenário de 2009 para 2016.

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